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Biologia Celular

O que você sabe sobre citometria de fluxo? Descubra a versatilidade dessa técnica e as perspectivas de atuação profissional

Por Bárbara Du Rocher

A citometria de fluxo é uma tecnologia de ponta que vem crescendo rapidamente e passando por mudanças dramáticas.

Uma busca de dados no PubMed-NCBI utilizando as palavras “Flow Cytometry” mostrou que foram publicados até o momento aproximadamente 260.000 artigos citando o termo, metade destas citações nos últimos 12 anos e a outra metade nos 38 anos anteriores (Base de dados de 1974 até 2023), um salto de aproximadamente 53 vezes no número de artigos entre os períodos de 1974-84 (2.373) e 2013-23 (125.668).

Além disso a técnica está rapidamente evoluindo da citometria convencional para a espectral, e com isso novas possibilidades de uso estão surgindo. Atualmente esta técnica é utilizada de forma tão ampla quanto sua versatilidade, sendo aplicada na área clínica, ambiental/industrial e na área de pesquisa.

Na área clínica a principal utilização da citometria é na onco-hematologia, para o diagnóstico de hemopatias malignas como leucemias e linfomas. Sendo uma técnica fundamental que, juntamente com biologia molecular e citogenética, fecham o diagnóstico e são capazes de predizer prognóstico e resposta aos diferentes tratamentos antitumorais.

Ainda nesta área, a citometria é muito utilizada em vários exames diferentes no suporte ao transplante de células tronco hematopoéticas (mais conhecido como transplante de medula óssea) como:

  1. Na busca por doadores de medula (Via ensaio de cross-matching)
  2. Na quantificação de células tronco CD34+ e
  3. Na busca por doença residual mínima, no caso de monitoramento pós-tratamento ou suspeita de recaída.

Ainda no campo da hematologia, a citometria de fluxo também é extremamente útil para a análise de imunodeficiência e detecção de doping sanguíneo por atletas.

Na área oncológica, a citometria também tem sido utilizada para o diagnóstico de tumores sólidos, uma área que vem ganhando muito destaque, e na detecção de telômeros.

Outra área importantíssima é no campo da fertilização, onde é usada para a quantificação de espermatozóides, e na microbiologia para diagnóstico bacteriano e viral, sensibilidade aos antibióticos, monitoramento de carga viral em paciente portadores de HIV, etc.

Já na área ambiental/industrial a técnica tem tido um papel crescente no monitoramento de águas (detecção de contaminação microbiana, principalmente bacteriana), melhoramento de sementes e na indústria de cosméticos.

Por fim, na área de pesquisa, a citometria é majoritariamente utilizada na imunologia pela sua alta capacidade de identificar subtipos celulares. Nesta área, a citometria é utilizada para caracterizar e quantificar os perfis de populações leucocitárias, seus estados de ativação (Via expressão de fatores de transcrição) e citocinas produzidas etc. Outras aplicações da citometria de fluxo na pesquisa envolvem ensaios de ativação celular por influxo de cálcio, proliferação celular, fagocitose, autofagia, produção de ROS, ciclo celular, apoptose/necrose, resistência à múltiplas drogas, FRET (associação ente moléculas), estudo de microvesículas etc. Para além disso, a capacidade de separar células e/ou partículas de interesse (“sorting”) faz da citometria uma técnica única, ampliando enormemente sua possibilidade de uso na pesquisa e na clínica.

Como podemos ver, a citometria de fluxo é uma técnica extremamente versátil e, portanto, dominá-la confere ao profissional uma vantagem muito grande. Se você tem interesse nesta área, uma boa forma de ganhar conhecimento e experiência é através da realização de cursos livres, estágios/trabalhos e formação lato sensu e stricto sensu envolvendo o uso da técnica. Oportunidades no exterior também costumam ser muito enriquecedoras, já que possibilitam ao usuário entrar em contato com o que há de mais novo nesse meio, como por exemplo, a citometria de fluxo espectral, que no Brasil ainda é pouquíssimo falada, mas que no mundo já está passando para sua segunda geração.

E você, já domina a técnica? Se não, venha conhecer o @explorecytometry que nós te ensinamos!

Por Bárbara Du Rocher
Pesquisadora-tecnologista em citometria de fluxo pela Fiocruz, RJ e fundadora do Explore Cytometry (@explorecytometry), plataforma de mídias sociais voltada para a divulgação da citometria de fluxo

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14 de fevereiro

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